Inúmeros estudos comprovam que probióticos são aliados no combate a infecções do trato gastrointestinal. Mais recentemente, entretanto, várias pesquisas começaram a demonstrar que alguns probióticos também são eficazes contra infecções do trato respiratório superior (IVAS, na sigla em inglês). Para comprovar as hipóteses, pesquisadores desenvolveram um estudo com o Lactobacillus casei Shirota (LcS). O experimento mostrou que a cepa probiótica LcS é eficaz contra infecções do trato respiratório superior.
De acordo com o artigo ‘Daily intake of fermented milk with Lactobacillus casei strain Shirota reduces the incidence and duration of upper respiratory tract infections in healthy middle-aged office workers’, poucos estudos investigaram a eficácia dos probióticos em adultos saudáveis. Vários estudos já mostraram a eficácia dos probióticos na prevenção de IVAS, no entanto, a maioria foi com populações de risco. Esse grupo inclui bebês, crianças, estudantes e idosos que, em síntese, são mais suscetíveis a essas infecções porque as defesas imunitárias são relativamente fracas.
“Portanto, tentamos avaliar os efeitos da cepa LcS na incidência de IVAS em trabalhadores de escritório saudáveis de meia-idade”, relatam os cientistas. O ensaio clínico randomizado envolveu 96 japoneses do sexo masculino. Os participantes, com idades entre 30 e 49 anos, consumiram leite fermentado com LcS ou placebo uma vez ao dia, por 12 semanas durante o inverno. Os episódios de IVAS foram avaliados por um médico, por meio de um questionário de sintomas. Como resultado, a incidência de IVAS durante o período de intervenção foi significativamente menor no grupo LcS. Da mesma forma, o número cumulativo de episódios de IVAS e de dias cumulativos com sintomas por pessoa foi menor neste grupo, assim como a duração por episódio.
Os resultados mostraram, ainda, inibição de ambas as reduções na atividade das células NK nas células mononucleares do sangue periférico. Além disso, houve aumento nos níveis de cortisol salivar no grupo LcS. “Portanto, nossos achados sugerem que a ingestão diária de leite fermentado com LcS pode reduzir o risco de IVAS em trabalhadores saudáveis de meia-idade”, relatam os cientistas. Provavelmente, isso ocorre através da modulação do sistema imunitário. O estudo foi publicado no European Journal of Nutrition, em 2017.
Comprovações
As atividades imunomoduladoras da cepa LcS têm sido extensivamente estudadas ao longo de mais de 80 anos. Experimentos com indivíduos saudáveis com baixa atividade de células NK mostraram que a ingestão de leite fermentado com LcS recuperou a atividade dessas células, que compõem a primeira linha do sistema de defesa do organismo. “Portanto, o acúmulo de evidências implica que este probiótico tem uso potencial como material alimentar imunoestimulante”, afirmam os cientistas. Da mesma forma, diferentes ensaios clínicos contra IVAS, como resfriado comum e gripe, avaliaram várias cepas probióticas. Da mesma forma, muitas demonstraram eficácia contra essas infecções.