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Disponibilidade no SUS

Escrito por: Elessandra Asevedo

No Brasil, há 12 fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) que podem ser adquiridos com recursos federal, estadual e municipal, permitindo uma movimentação crescente entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Parte das plantas medicinais reconhecidas pelo governo pode ser utilizada para diferentes afecções comuns do sistema gastrointestinal, como alcachofra para tratamento dos sintomas de dispepsia funcional, cáscara-sagrada para obstipação intestinal, espinheira-santa no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal, hortelã para síndrome do cólon irritável e flatulência, e plantago nos casos de obstipação e síndrome do cólon irritável. “A dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos no SUS acontece como qualquer outro medicamento”, afirma Rafael Poloni.

Protocolos com os fitoterápicos disponíveis em cada localidade são elaborados e validados por profissionais da saúde e, após os treinamentos, os prescritores habilitados elaboram receituários com informações que orientam o uso racional, seguro e eficaz de plantas medicinais e fitoterápicos em diversas formas, podendo ser in natura, coletados nas unidades de saúde, secos, manipulados ou preparados em Farmácias Vivas e, ainda, fitoterápicos industrializados.

O bioquímico e farmacêutico Marcio Trevisan destaca a importância de o Brasil valorizar as plantas medicinais, pois trata-se de um país que abriga a maior parte da Amazônia – composta por 22% das plantas de interesse medicinal e com mais de 7 mil táxons (tipos de plantas nativas que envolvem gêneros e famílias) que têm características de serem terapêuticos, embora ainda não tenham sido testados. “Ainda temos muito o que pesquisar, e todos os medicamentos alopáticos que existem hoje são frutos dos estudos com uma planta para chegar à matéria-prima necessária para o desenvolvimento do remédio”, ressalta o pesquisador da UFT.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019, 8,8% dos entrevistados relatou afastamento do trabalho por ocorrência de distúrbios do sistema gastrointestinal, índice que ultrapassou a ausência por problemas cardiovasculares (7,1%) e saúde mental (6,2%). Os problemas gástricos, como dispepsia e refluxo gastroesofágico, podem ter uma longa duração e levar ao absenteísmo, mas os transtornos intestinais, como dor abdominal, constipação e diarreia, são os mais socialmente debilitantes, impactando negativamente na qualidade de vida.

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