A administração do LcS beneficiou indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, reduziu a translocação bacteriana e melhorou a microbiota intestinal. Esse foi o resultado de um estudo clínico realizado com 70 pacientes com diabetes tipo 2. Um grupo foi convidado a ingerir uma bebida láctea fermentada contendo Lactobacillus casei Shirota (LcS) – Yakult 400LT, 40 bilhões. O outro grupo ingeriu placebo. Ambos os grupo ingeriram os produtos uma vez ao dia, durante 16 semanas. A composição da microbiota intestinal nas fezes e no sangue, os ácidos orgânicos fecais e outros parâmetros bioquímicos foram avaliados no início do estudo, na 8ª e na 16ª semanas.
Ao final do estudo, as contagens fecais do grupo Clostridium coccoides e o subgrupo Clostridium leptum no grupo probiótico foram significativamente maiores em relação ao grupo controle. De acordo com os cientistas japoneses, como esperado, as contagens fecais de Lactobacillus totais foram significativamente maiores no grupo probiótico. “Curiosamente, a contagem total de bactérias no sangue também foi significativamente menor no grupo dos probióticos. No entanto, os ácidos orgânicos fecais foram comparáveis entre os dois grupos”, acentuam os autores do estudo.
Dessa forma, os resultados mostraram que a administração do probiótico reduziu a translocação bacteriana. Além disso, alterou a microbiota intestinal em pacientes japoneses com diabetes mellitus tipo 2. “No entanto, para melhorar ainda mais a disbiose intestinal e reduzir a inflamação crônica, podem ser necessários procedimentos mais eficientes. Isso significa incluir a aplicação de certos simbióticos e/ou mais células probióticas com períodos de administração mais longos”, acentuam os pesquisadores. Resumidamente, o LcS beneficiou indivíduos com diabetes. O estudo ‘Probiotic reduces bacterial translocation in type 2 diabetes mellitus: A randomised controlled study’ foi publicado na Scientific Reports, do grupo Nature, em 2017.
Risco
A incidência de diabetes vem aumentando em todo o mundo. Uma das causas pode ser a mudança nos hábitos alimentares nas últimas décadas, caracterizada por um aumento na ingestão de gordura. As pesquisas sobre a doença têm mostrado que os ácidos graxos de cadeia curta formados a partir da fermentação da fibra alimentar pela microbiota intestinal estão associados, entre outros, à secreção de insulina por meio da ativação do nervo parassimpático. Portanto, a manipulação da microbiota intestinal poderá fornecer pistas importantes sobre um novo alvo terapêutico para a doença, com objetivo de beneficiar indivíduos com diabetes.