Nos últimos anos, o tratamento de hiperplasia prostática benigna (HPB) evoluiu de forma muito expressiva. Entre as inovações está a enucleação endoscópica da próstata com laser Thulium (ThufLEP), aprovada pela European Association of Urology e American Urological Association, duas das principais sociedades de Urologia do mundo, como padrão-ouro de tratamento. Ao oferecer maior precisão e segurança, o procedimento minimamente invasivo tem se destacado pelos bons resultados, incluindo menor risco de hemorragias e um pós-operatório indolor, independentemente do tamanho da próstata.
Com excelente hemostasia e versatilidade, o ThufLEP proporciona menor tempo de internação e de uso de sonda, permitindo ao paciente um maior jato urinário e menos incômodo no pós-operatório. “Pela alta potência do laser, o procedimento minimamente invasivo remove sem cortes a parte central da glândula aumentada, liberando mais espaço para a passagem da urina”, observa o médico urologista Bruno Resende, do Vera Cruz Hospital, uma das Instituições pioneiras na utilização do procedimento no Brasil. Com isso, o paciente apresenta menor queda das taxas de hemoglobina e no índice do PSA, que é inferior ao de pacientes submetidos à ressecção endoscópica clássica (raspagem) nos 12 meses posteriores ao tratamento.
O laser Thulium tem superioridade em relação a outros métodos disponíveis para o tratamento da doença devido às características físicas, gerando uma potência de ação muito maior e uma frequência de ondas de choque mais elevada. Entre as vantagens da técnica, o médico destaca maior controle de hemorragia, até mesmo em pacientes que não podem suspender as medicações anticoagulantes para o procedimento cirúrgico. Além disso, reduz o risco de recidiva e pode tratar concomitantemente outras doenças como, por exemplo, tumores de bexiga e pelve renal, cálculos urinários nos rins, na bexiga ou ureter, e estenose uretrais.
Sobre a HPB
A hiperplasia prostática benigna é uma condição decorrente de mudanças hormonais, que resulta no aumento do número de células prostáticas e, consequentemente, no crescimento anormal da próstata. Com isso, pode ocorrer a compressão e o estreitamento do canal uretral, ocasionando perda de força do jato urinário, necessidade de urinar frequentemente e desconforto. Além disso, o crescimento anormal da próstata pode comprimir a uretra, obstruindo completamente a passagem da urina.
Sem o tratamento adequado, a condição pode evoluir para insuficiência renal grave com necessidade de hemodiálise de urgência. No Brasil, a cirurgia de ressecção transuretral da próstata é o método mais frequentemente utilizado para o tratamento da hiperplasia prostática moderada e grave. Por meio dela, retira-se todo o interior da próstata, deixando apenas a parte externa. A escolha da terapêutica depende do tamanho da próstata, da indicação e experiência do urologista e do acesso a serviços de saúde e às tecnologias existentes.
Outros sintomas associados
- Dor ou dificuldade para urinar
- Infecção urinária
- Cálculo de bexiga
- Insuficiência renal, nos casos de grave obstrução
- Disfunção erétil, quando ocorre compressão dos nervos que controlam a ereção