A área de ginecologia regenerativa envolve um conjunto de práticas cirúrgicas e não cirúrgicas que buscam regenerar o funcionamento do sistema reprodutivo feminino. Entre os benefícios estão a reparação dos tecidos fundamentais para as funções da vagina e da bexiga, bem como a melhora da aparência da região íntima feminina. Além de o processo contribuir para a saúde sexual, também promove o bem-estar das mulheres.
Esta área da medicina relacionada ao funcionamento do sistema reprodutivo está em pleno crescimento. A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) divulgou, em 2020, a Pesquisa Global Anual sobre Procedimentos Estéticos/Cosméticos, mostrando um aumento de 7,4% nos procedimentos estéticos em 2019. O levantamento cita, por exemplo, que a labioplastia (correção estética dos lábios vaginais) aumentou 73,3% desde 2015.
Na menopausa, a queixa mais comum é a vagina ressecada, condição causada pela redução na produção de estrogênio. De acordo com a ginecologista Rita de Cássia Piscopo, médica associada à Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), o ressecamento vaginal provoca dores, desconfortos nas relações sexuais, coceiras, ardências, diminuição na elasticidade e escape de urina.
Por isso, além de os tratamentos visarem a volta da funcionalidade do órgão sexual feminino, também focam na diminuição do risco de incontinência urinária. A especialista pontua, ainda, que o ressecamento pode ocorrer por outras condições como estresse, uso de certos medicamentos, tratamentos contra o câncer, amamentação e alterações hormonais antes da menopausa.
Opções disponíveis
Hoje, a área de ginecologia regenerativa envolve uma série de tratamentos. Os principais são feitos por meio de laser de CO², ultrassom microfocado, radiofrequência ‘não ablativa’ e radiofrequência ‘ablativa’ – que leva uma corrente de energia até as paredes da vagina. O tratamento com laser é utilizado com sucesso há mais de uma década, enquanto a técnica de radiofrequência é mais nova e um pouco mais simples.
Entretanto, de acordo com estudos recentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) não há diferenças entre os resultados alcançados por ambas as técnicas. “As duas terapias trazem a mesma eficiência. O laser é mais caro devido à tecnologia do equipamento, enquanto a radiofrequência atinge um custo menor e, assim, atinge um número maior de mulheres”, pontua a ginecologista Rita de Cássia Piscopo.