Os desvios da coluna, caracterizados por curvaturas anormais da estrutura vertebral, se apresentam de diferentes formas e perfil populacional. Essas condições podem causar diversos impactos na saúde, por exemplo, dor e cansaço. Além disso, tendem a levar a conflitos na autoestima nos casos em que se tornam aparentes. No entanto, todos esses problemas podem ser tratados por médicos especialistas de acordo com o grau e a severidade.
De acordo com o neurocirurgião especialista em doenças da coluna Alexandre Elias, os diagnósticos têm aumentado ao longo dos anos. E esse aumento tem sido visto com maior intensidade nos dois extremos populacionais: crianças e idosos. No primeiro grupo, as causas são o aumento do sedentarismo e do uso de tecnologias que viciam a postura da criança de forma errada. “No segundo grupo, o aumento da longevidade eleva os riscos em uma população naturalmente vulnerável aos processos degenerativos da coluna e sem uma atividade de contenção adequada”, detalha.
A predisposição genética desempenha um papel significativo para os desvios de coluna, especialmente na escoliose idiopática. Esse problema, que é mais comum durante a adolescência, pode ocorrer ao longo do crescimento. Além disso, lesões traumáticas na coluna, como fraturas vertebrais, podem resultar em desvios caso não sejam adequadamente tratadas.
Tipos e causas dos desvios
Toda coluna saudável tem um leve grau de curvatura para dar mobilidade à estrutura e ao tronco corporal como um todo. Sendo assim, os problemas ocorrem quando estas curvaturas anormais da estrutura vertebral são acentuadas. Esses desvios, que dependem da região, envolvem escoliose, hipercifose e hiperlordose.
Na escoliose ocorre um desvio acentuado da coluna para os lados, formando um S (ao ver a pessoa de costas). Na hiperlordose, a acentuação se dá para a frente, na altura da região lombar, causando a proeminência dos glúteos. Enquanto na hipercifose ocorre um aumento anormal da curvatura da região cervical, no alto da coluna.
Possíveis sintomas
As manifestações mais visíveis envolvem ombros em alturas desiguais e um seio mais proeminente que o outro em mulheres. Também é comum a desproporção da curva do tronco – especialmente na região que vai do peito para a lombar – e a curva acentuada na altura da cervical, a popular corcunda.
Em casos mais acentuados podem ocorrer quadros de dor, frequentemente relacionada à tensão muscular induzida pela curva – com a possibilidade de ser intermitente ou persistente. Ademais, esses indivíduos podem reportar fadiga muscular devido à constante tensão e limitação da amplitude de movimento, o que pode tornar a realização de atividades cotidianas mais desafiadoras.
“O tratamento deve ser personalizado, levando em consideração a sintomatologia e grau do desvio”, ensina o médico. Entretanto, em geral, a primeira abordagem é a fisioterapia, que envolve exercícios específicos para fortalecer os músculos das costas, melhorar a postura e reduzir a dor.
Além disso, dispositivos ortopédicos como coletes podem ser prescritos para ajudar na correção da postura em casos mais evoluídos. Em quadros de curvaturas muito acentuadas e sintomas visíveis e debilitantes, as cirurgias de correção são indicadas. Um exemplo é a artrodese, intervenção que realiza a fusão das vértebras afetadas pelo desvio por meio de parafusos e hastes, mantendo-as na posição correta. Já na osteotomia são realizados cortes controlados nas vértebras para reposicioná-las.