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Bactéria presente na pele pode causar complicações

Escrito por: Fernanda Ortiz

Uma bactéria capaz de causar infecções graves no organismo pode ser contraída ao espremer uma simples acne. A Staphylococcus aureus meticilina-resistente (MRSA, na sigla em inglês), encontrada na pele e na mucosa – principalmente boca e nariz – é resistente a antibióticos, como a meticilina e penicilina, e evolui rapidamente se não for combatida. Apesar de a Staphylococcus aureus compor a microbiota nasal de cerca de 40% da população sem causar danos ao organismo, em contato com lesões ou com a corrente sanguínea pode desencadear diversas manifestações, desde impetigo, foliculites e furúnculos até abscessos, endocardites e septicemias que podem levar à síndrome do choque tóxico e a outras complicações.

Segundo a médica infectologista Camila Ahrens, do corpo clínico do Hospital São Marcelino Champagnat e do Hospital Angelina Caron, ambos em Curitiba (Paraná) – referências em atendimentos encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) –, quando o sistema imunológico está comprometido, qualquer lesão pode servir como porta de entrada para a bactéria MRSA. “Com a pele machucada, seja por um corte, arranhão ou acne, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea e causar sepse, ou seja, uma inflamação generalizada no organismo que, consequentemente, leva a uma queda da pressão arterial e à diminuição da perfusão do sangue, afetando diretamente as funções vitais dos órgãos. Sem o tratamento adequado pode, em casos extremos, levar ao óbito”, adverte.

O diagnóstico se baseia em uma combinação de informações epidemiológicas, sintomas clínicos e na caracterização da linhagem infecciosa da MRSA. Quanto mais cedo for feito, maiores serão as chances de um tratamento eficaz que inclui antibióticos em dosagem e período prescritos pelo médico – a exemplo da vancomicina e linezolida –, normalmente administrados por injeção ou por via intravenosa e necessitando de atendimento hospitalar que pode durar até algumas semanas. “Pessoas de todas as idades podem apresentar complicações causadas por essa bactéria, mas crianças menores de cinco anos, diabéticos, portadores de doença renal crônica, desnutridos e pacientes hospitalizados são os mais acometidos”, orienta a infectologista.

Bons hábitos de higiene são a melhor forma de evitar e prevenir a propagação da bactéria MRSA. A especialista recomenda lavar as mãos regularmente com água e sabão, principalmente antes e depois dos cuidados com a pele. “No caso de ferimentos e extração de acne, entre outras lesões, seja em casa, no hospital ou até mesmo durante uma limpeza de pele, é altamente indicado fazer uso de luvas de látex descartáveis para evitar o risco de contaminação por agentes externos”, acentua a infectologista.

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