Pouco invasiva, a auriculoterapia é uma técnica milenar usada para o alívio do estresse, ansiedade, insônia, equilíbrio dos órgãos internos e controle da dor, entre outras indicações. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde como uma terapia integrativa com abordagem holística, a técnica é disponibilizada desde 2017 nos serviços públicos de saúde do Brasil. A auriculoterapia é indicada como tratamento principal ou em associação a outros recursos terapêuticos, com resultados naturais comprovados em inúmeros estudos. Assim, se apresenta como excelente opção para reduzir os sintomas das cólicas menstruais e de outras doenças ginecológicas.
“A auriculoterapia permite tratar o paciente de forma natural, sem o uso de medicamentos. Consequentemente, sem os efeitos colaterais dos tratamentos alopáticos que debilitam ainda mais sua condição clínica”, explica a especialista em auriculoterapia neurofisiológica Lirane Suliano, professora doutora convidada da Odontopediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para o tratamento são utilizados materiais esféricos e de superfície lisa, como sementes ou cristais, que ficam pressionados em pontos auriculares. De acordo com os especialistas, estima-se que existam cerca de 200 pontos, em ambas as faces da orelha, que refletem as mudanças fisiopatológicas.
A auriculoterapia também está entre as estratégias recomendadas para cuidados com a saúde das mulheres. “Para aliviar os sintomas dos períodos pré, durante e pós menstruação, a exemplo de cólicas, inchaço e dores de cabeça, podem ser estimulados pontos que representam o fígado, útero, ovário, sistema endócrino e hipófise”, detalha a especialista. Além disso, a técnica auxilia na diminuição da ansiedade, irritabilidade, estresse e compulsão alimentar comuns nesses períodos. Para o tratamento da síndrome dos ovários policísticos, que afeta entre 6% e 16% da população feminina em idade reprodutiva, a técnica estimula pontos localizados no pavilhão auricular que equilibram a produção hormonal e promovem a analgesia, sem medicamentos.
Por suas propriedades anti–inflamatórias e de relaxamento muscular, a técnica pode oferecer maior conforto ao controlar a dor pélvica e lombar, comuns na endometriose – doença que afeta 176 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo. “Os pontos estimulados atuam no equilíbrio do eixo hormonal e no útero, ponto específico da doença. Por desencadear a liberação de neurotransmissores, gera sensação de analgesia e traz equilíbrio hormonal para o organismo”, descreve a professora Lirane Suliano.
Vida sexual
Apesar de as questões relacionadas à perda da libido serem mais complexas, a especialista informa que a auriculoterapia apresenta bons resultados em fatores que afetam o desejo sexual, como qualidade do sono, ansiedade, circulação sanguínea e relaxamento muscular dos genitais. Assim essa técnica milenar pode ajudar a promover uma vida sexual mais ativa e saudável.