Nutrição aliada de pacientes oncológicos

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Alimentação como aliada de pacientes oncológicos

Escrito por: Fernanda Ortiz

Pacientes com câncer enfrentam uma série de desafios físicos, emocionais e funcionais decorrentes da própria doença e dos efeitos colaterais do tratamento. Para manter o bem-estar e ter mais energia para enfrentar esse processo, o acompanhamento multidisciplinar é fundamental, especialmente em relação à alimentação. Assim, a adoção de uma nutrição dirigida e adequada ajuda o paciente a manter um peso saudável, fortalece o sistema imunológico, alivia os efeitos colaterais do tratamento e melhora a qualidade de vida.

De acordo com a nutricionista clínica Ana Flávia Locatelli, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), em São Paulo, uma alimentação natural e balanceada é especialmente benéfica para favorecer um estado nutricional adequado para a realização do tratamento. “Pacientes acompanhados por um nutricionista podem apresentar uma melhor resposta ao tratamento, ter menos efeitos colaterais, menos risco de desnutrição e, o mais importante, ter qualidade de vida durante e após o tratamento”, afirma.

Entre os desafios mais comuns enfrentados pelos pacientes oncológicos estão situações como perda de apetite, oscilações de peso, alterações no paladar, náuseas e outros desconfortos gastrointestinais. A nutricionista observa que todos esses fatores podem comprometer significativamente a ingestão de alimentos. “As necessidades nutricionais do paciente oncológico podem estar aumentadas. Por esse motivo, é importante que as orientações sejam individualizadas, levando em consideração a fase da doença, o tipo de tratamento, intolerâncias alimentares, preferências e sintomas que apresenta”, acentua.

Orientações

Para cada sintoma gastrointestinal do tratamento oncológico existem orientações nutricionais específicas que ajudam na melhora da ingestão e da qualidade da alimentação. “Quem sofre com náuseas, por exemplo, deve priorizar alimentos frios, secos e ácidos, utilizar temperos suaves e pouca gordura no preparo, além de fracionar as refeições em pequenos volumes ao dia, evitando jejuns prolongados”, orienta. Outras recomendações incluem mastigar bem os alimentos, não se deitar após as refeições e evitar beber muito líquido junto com a comida. Por fim, a nutricionista afirma que picolés de suco natural, água de coco e smoothies de frutas e vegetais podem ajudar a hidratar de forma saudável.

Em resumo, além de alimentação saudável, no tratamento oncológico também é importante praticar atividade física regular, ter um sono adequado e um bom manejo do estresse. Qualquer desequilíbrio nestes pontos pode favorecer oscilações de peso ou de composição corpórea. De acordo com a nutricionista, o ideal é que a alimentação seja baseada em alimentos in natura e minimamente processados. “Consumir estes alimentos vai nutrir e fortalecer o corpo durante o tratamento e ajudar na prevenção de recidivas”, avalia. Ademais, os pacientes devem evitar alimentos com um potencial risco microbiológico, como vegetais mal higienizados, carnes mal passadas, preparações com ovos crus, leite e derivados não pasteurizados, assim como alimentos ultraprocessados, chás, fitoterápicos e suplementos sem indicação de um profissional da saúde.

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