Glaucoma é uma doença ocular crônica

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Glaucoma pode causar cegueira irreversível

Escrito por: Fernanda Ortiz

O glaucoma é uma doença ocular crônica e progressiva que pode resultar em danos permanentes ao nervo óptico – responsável pela transmissão de informações visuais ao cérebro – e levar à cegueira irreversível. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), essa doença silenciosa acomete até 2,5 milhões de brasileiros acima dos 40 anos. O fato de ser assintomática nas fases iniciais atrasa a busca por tratamento, uma vez que a maioria das pessoas desconhece ter a condição até que evolua para um estágio avançado.

As causas associadas ao surgimento do glaucoma envolvem questões hereditárias, idade superior a 40 anos, alto grau de miopia (acima de seis), diabetes e córnea fina. “Entretanto, o principal fator de risco está associado à alta pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, o comprometimento visual”, aponta a médica oftalmologista Ione Alexim, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

De acordo com a especialista, sintomas isolados ou concomitantes podem ser indicativo de glaucoma. Dentre eles estão perda gradual da visão lateral, dor súbita na região, visão piorada, olhos vermelhos e inchados, náuseas, dores na testa, lacrimação, sensibilidade à luz, nebulosidade na parte frontal do olho e aumento de um ou ambos os olhos. Portanto, qualquer desses sintomas demanda a necessidade de acompanhamento médico para evitar a progressão do glaucoma.

Diferentes manifestações

Existem quatro tipos diferentes de glaucoma. O mais prevalente é o glaucoma crônico de ângulo aberto. “Os pacientes são assintomáticos e a perda visual, principalmente a visão periférica lateral, ocorre de forma lenta e progressiva, sendo identificada em fases mais avançadas da doença”, detalha a especialista. A segunda manifestação mais recorrente é o glaucoma de ângulo fechado, que ocorre quando há um embaçamento visual ocasionado pelo aumento súbito da pressão intraocular, além de dor exacerbada na região.

A terceira manifestação é o glaucoma secundário, causado por fatores externos que elevam a pressão intraocular como hipertensão arterial, diabetes, uso excessivo de medicamentos (a exemplo de corticosteroides), além de tumores e inflamações. Mais raro, o glaucoma congênito pode ocorrer nos primeiros meses de vida quando a criança já nasce com a doença devido à má formação, exigindo tratamento imediato após o diagnóstico.

Diagnóstico precoce reduz danos

Para evitar diagnósticos tardios e prevenir a evolução e a cegueira irreversível, é fundamental que pessoas com fatores de risco façam acompanhamento médico especializado ao menos uma vez ao ano. Por ser uma doença ocular crônica e progressiva, o glaucoma é diagnosticado através de exames oftalmológicos regulares, a exemplo da medição da pressão intraocular, fundo de olho e campo visual. A médica comenta que, apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser controlado. “O objetivo do tratamento é reduzir a pressão intraocular e, para isso, podem ser recomendados colírios, laser e/ou cirurgias, a depender do tipo e do estágio da doença”, conclui. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo oftalmologista.

Atenção aos sintomas

  • Perda gradual da visão lateral,
  • Dor súbita na região dos olhos
  • Visão piorada
  • Olhos vermelhos e inchados
  • Náuseas
  • Dores na testa
  • Lacrimação
  • Sensibilidade à luz
  • Nebulosidade na parte frontal do olho
  • Aumento de um ou ambos os olhos

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