A música é frequentemente referida como a linguagem das emoções e com os bebês não é diferente. Por isso, é muito comum os pais e cuidadores cantarem para as crianças durante as interações e, principalmente, quando querem que adormeçam. Agora, um estudo mostrou a importância da musicoterapia para bebês e constatou que a música alegre deixa os recém-nascidos sonolentos.
A pesquisa realizada pela Universidade de Dundee, do Reino Unido sugere, pela primeira vez, que os recém-nascidos podem perceber e responder a diferentes emoções na música. Dessa forma, os pesquisadores pontuaram a importância da musicoterapia para bebês, de forma que possa ser utilizada como uma intervenção calmante ou estimulante desde os primeiros dias de vida.
Dessa forma, os cientistas realizaram uma análise do comportamento demonstrado em resposta a três condições diferentes: música alegre, música triste e ausência de música. Além disso, avaliaram a medição da frequência cardíaca. “Descobrimos que os níveis de excitação diminuíram e o sono veio mais rápido quando os bebês ouviam músicas alegres, mas isso não ocorreu quando expostos a músicas tristes ou nenhuma música”, pontuam.
Achados
Além de a música alegre diminuir os níveis de excitação dos bebês, transferindo a sonolência para o sono, resultou em atrasos mais longos em outras formas de comportamento autorregulador, como a sucção. Os movimentos oculares também diminuíram em ambas as condições musicais, indicando que toda a música tem um efeito calmante nesta medida.
Já a movimentação associada ao sofrimento, como o alongamento das pernas, foi atrasada quando os bebês ouviam música triste. Assim, o movimento motor fino, o movimento dos dedos dos pés, o enrolamento dos dedos dos pés e o movimento dos dedos foram atrasados por mais tempo com música triste e feliz do que sem música.
Música como terapia
De acordo com os pesquisadores, embora as evidências sugiram que até os bebês respondem a estímulos musicais, não está claro até que ponto os recém-nascidos percebem com precisão a batida da música, ou seja, quando começam a sentir emoções através da música. “Entretanto, nossos resultados indicam que os recém-nascidos reagem às emoções na música, apoiando a noção de uma musicalidade humana genérica, possivelmente inata”, acreditam.
A pesquisa aponta, ainda, para a possibilidade de utilizar a musicoterapia como uma intervenção calmante ou, se necessário, estimulante em enfermarias neonatais, inclusive para contrariar o sofrimento da hospitalização, bem como em ambientes domésticos. O artigo ‘Neonatal musicality: do newborns detect emotions in music?’ foi publicado em 2022 na revista Psychological Studies.