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Estudos científicos comprovam benefícios

Escrito por: Elessandra Asevedo

Estudos científicos realizados em vários países comprovam os benefícios da gameterapia. A professora Karen Valadares Trippo e outros pesquisadores da UFBA conduziram o estudo ‘Effects of three physical exercise modalities on respiratory function of older adults with Parkinson’s disease: A randomized clinical trial’ para comparar os efeitos do treinamento funcional, exercício de bicicleta e exergame na capacidade de marcha de idosos com doença de Parkinson atendidos no Centro de Referência Estadual de Atenção ao Idoso (CREASI). A conclusão, após oito semanas de exercícios com videogame, é que a atividade pode melhorar a capacidade de marcha, de levantar e sentar, assim como a funcionalidade dos pacientes. A gameterapia gerou resultados semelhantes em comparação com o treinamento funcional e os exercícios de bicicleta.

Os autores do estudo ‘A systematic review and meta-analysis of the effect of active videogames on postural balance’, realizado nos Estados Unidos, fizeram uma análise dos efeitos das intervenções do videogame ativo no equilíbrio postural em todas as idades, em populações com e sem deficiências neurológicas, comprovando que a gameterapia proporciona um efeito positivo significativo no desempenho do equilíbrio. Pesquisadores norte-americanos e italianos também realizaram uma meta-análise de 25 artigos para comprovar o potencial clínico da tecnologia de realidade virtual no diagnóstico e no tratamento de perturbações de saúde mental. No artigo ‘Neuroscience of virtual reality: from virtual exposure to embodied Medicine’, os autores confirmam que é uma ferramenta clínica eficaz, pois possibilita um alto nível de controle e customização uma vez que o profissional responsável pode otimizar o nível de ajuste entre o conteúdo da exposição e os estímulos, melhorando a experiência, além de oferecer um ambiente mais seguro e privado para o paciente.

Com base nos dados que mostram que a incontinência urinária afeta mais de 55% das mulheres com mais de 65 anos de idade, a gameterapia também foi avaliada em pessoas que sofrem com o problema. O trabalho canadense ‘The effects of combining ­videogame dancing and pelvic floor training to improve dual-task gait and cognition in women with mixed-urinary incontinence’ analisou os efeitos da combinação da dança utilizando o videogame e o treinamento do assoalho pélvico. Os pesquisadores observaram que, após três meses, a combinação melhora não apenas a incontinência, como também os déficits de funções executivas.

A gameterapia pode ser colocada em prática por meio dos videogames comerciais que possuem sensores de movimento, assim como de óculos de realidade virtual e suportes oculares para encaixar o celular com o jogo. Existem, ainda, plataformas e softwares gratuitos desenvolvidos exclusivamente para a finalidade, como o MoveHero, jogo digital disponibilizado gratuitamente pela Universidade de São Paulo (USP). “Além de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, outros profissionais podem aplicar a gameterapia, a exemplo de psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, enfermeiros, educadores físicos e dentistas, com objetivo de gerar distração cognitiva e facilitar os meios de trabalho. A distração também pode diminuir a dor do paciente durante a reabilitação, o tratamento dentário, a vacinação e outros procedimentos que geram medo”, enfatiza a professora Karen Valadares Trippo, que gerencia o site www.gameterapiabrasil.com.br. •

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