Amigos influenciam na qualidade de vida

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Amizade é um remédio para a saúde física e emocional

Escrito por: Fernanda Ortiz

Os amigos estão presentes nos melhores momentos da vida e compartilham histórias, afetos, vivências e confissões. Entretanto, os verdadeiros amigos também influenciam na qualidade de vida ao impactar positivamente a saúde física e emocional. Dessa forma, a amizade diminui o risco de adoecimento e depressão e previne problemas cardiovasculares e neurológicos. Além disso, contribui para a longevidade e o envelhecimento saudável. De acordo com a literatura científica, os amigos são um antídoto contra o estresse, a insônia, o mau humor e a solidão.

“Quando as pessoas nutrem relacionamentos sociais saudáveis e valorizam as amizades, o organismo responde positivamente, aumentando a sensação de bem-estar e prazer”, explica a psicóloga e psicopedagoga Daniela Jungles, docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba), no Paraná. Ademais, estar em boa companhia ajuda na liberação dos neurotransmissores ocitocina, endorfina, serotonina e dopamina. Chamados de ‘quarteto da felicidade’, esses neurotransmissores fortalecem o sistema imunológico, promovem relaxamento, motivação e sensações de prazer melhorando, assim, a saúde física e psicológica.

De acordo com a psicopedagoga Daniela Jungles, uma amizade verdadeira é capaz de ser benéfica de fato, ou seja, influencia positivamente os hábitos de vida, incentiva a abandonar vícios, a exemplo do cigarro, e ajuda a cuidar da saúde. Além disso, os amigos oferecem suporte e estão próximos quando tudo parece ruir. “Os amigos também são excelentes companhias nos momentos de dor e dificuldade. Por isso, é preciso valorizar aqueles que nos fazem bem, são bons ouvintes, nos amparam em momentos difíceis e celebram a vida ao nosso lado”, acentua.

Décadas de estudos

O valor dos bons amigos não chega a ser novidade, pelo menos para a ciência. Em 1937, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, lideraram um dos maiores estudos sobre a saúde humana. Depois de mais de 30 anos de seguimento, concluíram que a saúde e a longevidade não dependem apenas da genética e da alimentação, mas também dos amigos. Recentemente um estudo da Universidade Brigham Young, também dos Estados Unidos, corroborou com esses achados.

O resultado apontou que há 50% mais chances de viver mais quando se tem uma rede social de apoio. “Não ter amigos é um fator mais relevante para a mortalidade do que obesidade e sedentarismo”, afirma. Além disso, a amizade é capaz de prolongar a vida em até uma década. Segundo essas pesquisas, pessoas com mais de 70 anos, por exemplo, têm mais chances de chegar aos 80 anos se tiverem laços fortes de amizades, ou seja, amigos influenciam na qualidade de vida e na longevidade.

Imunidade

Uma pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, revelou que pessoas sem amigos têm a imunidade mais baixa e, por causa disso, demoram mais tempo para curar doenças simples e ficam mais suscetíveis a enfermidades. Em outro trabalho da Universidade Columbia, também nos Estados Unidos, constatou-se que pessoas normalmente felizes, entusiasmadas e satisfeitas – sentimentos nutridos por quem tem relações de amizade – apresentam um risco 22% menor de ter infarto ou outras doenças cardíacas. “A ausência de relações afetivas e a solidão também foi associada a um risco mais elevado de desenvolver a doença de Alzheimer, de acordo com um artigo publicado no Journal of the American Medical Association”, finaliza a psicopedagoga Daniela Jungles.

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